quarta-feira, 5 de setembro de 2007

POLIGLOTA

POLIGLOTA

É verdade matemática
Que ninguém podi negá
Que essa história de gramática
Só serve pra trapaiá
Inda vem língua estrangera
Ajudá a cumpricá
Meió nóis cabá cum isso
Pra todos podê falá

Na Ingraterra ouví dizê
Que um pé de butina é xu
Desde logo já se vê
Dois pé de butina é xuxu
Xuxu pra nois é legume
É verdade e não boato
O ingrês que lá se arrume
Mas nóis num cumê sapato

Ná Itáia ouví dizê
Ieu num sei pruquê razão
Que mantega lá é burro
Lá se passa burro no pão
Desse jeito pra mim chega
Sarve o povo do sertão
Onde manteiga é manteiga
E nóis num come burro não

Na Argentina aprindi
Que saco lá é palitó
Lá se o gringo toma chuva
Tem que pô o saco no sór
E se acaso o dito incóie
A muié diz o pió:
Teu saco tá muito piqueno
Vê se arruma um saco maió

No Estadunido corpo é bódi
Ispia só qui bódi vai dá
Cunhicí uma mericana
Doida pro bódi intregá
Fiquei mei trapaiado
E disse pra mi iscapá
Oia moça eu não sou cabra
Arreda seu bódi pra lá

No Chile cueca é dança
Prá se dançá e bailá
Lá se dança e baila cueca
Inté a noite acabá
Mais se um dia um chileno
Vié pro Brasir dançá
Tenta mostrá a cueca
Pra vê adonde vai pará

Qui gravata isquisita
Qui um certo francêis me deu
Preguntei onde se bota
Acho qui ele num intendeu
Me danei com a resposta
Isso é coisa qui num faço eu
Seu francêis maliducado
Se no seu país pescoço é cou
Infia a gravata no seu.

(AUTOR DESCONHECIDO)

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