segunda-feira, 12 de maio de 2008

A COR DA MULHER



A mulher azul é puro mistério.
Tem qualquer coisa de tristeza de fim de tarde
e o silêncio mora em seus olhos.
Mas quando anoitece na trama dos lençóis,
incêncios acontecem e o mar se revolta.
A mulher amarela é puro vulcão.
Ipês colorem seu corpo.
Sóis noturnos habitam seus lençóis,
mas ao abrir a janela do coração
é toda suavidade e ternura.
A mulher verde é puro aguardar.
Ocasos e manhãs fazem vésperas em seu corpo,
mas no turbilhão dos lençóis,
tudo é tropical
e o verão se faz presente.
A mulher vermelha é pura irradiação.
A brisa que sopra em seu corpo é de revolução,
mas no limbo dos lençóis
o amor faz calor
e deságua num rio de auroras.
A mulher transparente, anônima e cotidiana é pura cor.
Vitrais medievais iluminam
o tecido de seu corpo,
mas quando a noite visita seus lençóis,
a lição do amor se cumpre com rebeldia
e o amor faz cócegas no coração.
Qual é a sua cor?

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